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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Johnny Depp será pirata até público enjoar



O novo filme ainda é o primeiro a não contar com as presenças de Keira Knightley e Orlando Bloom, cujos personagens chegaram ao esgotamento criativo no volume anterior – e que a crítica brincou de dizer que agora faziam falta. Em compensação, há a permanência de Geoffrey Rush como o Capitão Barbossa, e as adições de Ian McShane (série “Deadwood”) como o pirata Barba Negra, e principalmente de Penélope Cruz (“Vicky Cristina Barcelona”) como Angélica, que rouba as atenções com sua eloquência típica de mulher espanhola.
Os elogios escassos se concentram mesmo em Penélope. No restante, as críticas têm pouco de positivo a realçar – um ponto que não passou despercebido à entrevista coletiva com o elenco.

Johnny Depp, com sua tranquilidade habitual, ironizou a recepção fria. “Sempre tive medo dos críticos. Eles realmente me assustam”, brincou. “Mas acho que as pessoas vão gostar. Desde o início nos esforçamos para criar algo que soasse realmente novo. Algo feito para o público, com ele em mente. Ninguém é à prova de balas, mas sinto que fizemos um bom trabalho porque, na origem, estávamos fazendo-o pelas razões certas”, afirmou.

O ator, realmente, não tem que se importar com a crítica sobre essa franquia específica: o pirata Jack Sparrow tornou-se o personagem mais emblemático de sua carreira, e o responsável por lhe valer a primeira indicação ao Oscar – Melhor Ator, por “Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra” (2004). Os filmes posteriores não atingiram a mesma voltagem do original, mas continuavam a lhe valer incontáveis milhões e, principalmente, a transformá-lo em herói dentro de casa.
“Minha família vê muito mais os meus filmes do que eu. Muito mais, incluindo este”, revelou o ator. “Eles vão e posso ver pela reação deles se fiz direito. Até agora, não fui demitido por eles.”
Foi a filha do astro, aliás, que lhe ajudou a encontrar o tom para Sparrow. “Comecei a testar esse personagem secretamente, para ver quais seriam as reações em casa. Quando minha filha era pequena, estava lá brincando com as Barbies dela, eu me abaixava e ficava brincando com ela fazendo as vozes. Até que um dia ela finamente disse: ‘pare!’”, contou Depp.
O resultado final da composição de Jack Sparrow é o que Johnny descreve como “uma mistura de Keith Richards com o gambá Pepe (dos Looney Tunes)”, e ao menos o guitarrista dos Rolling Stones está honrado pela influência: ele é amigo pessoal de Depp e participou do terceiro e quarto filmes no papel, justamente, do pai de Jack.
A essa altura, Depp já está familiarizado com a equipe, e ela com ele. Mesmo a recém-chegada Penélope não era uma estranha a ele: há exatos 10 anos, os dois trabalharam juntos no drama “Profissão de Risco” (2001). “Ela é imensamente talentosa e bonita e, além disso, uma amiga muito fiel”, comentou o ator.

Os elogios também partem do outro lado. “O nível de criatividade do Johnny é tão alto e livre e inspirador”, declarou Cruz. “Ele é um ser humano realmente único, e espero que possamos trabalhar muito, muito mais”, encerrou. A lembrar que Depp também trabalhou com Javier Bardem, o marido da atriz, em “Antes do Anoitecer” (2000).
Penélope, que durante as filmagens estava em seu estágio inicial de gravidez, requereu cuidados especiais. “Eu tive um treinamento antes do filme e, depois, eles todos me protegeram. Foram todos muito gentis e carinhosos”, afirmou a atriz.
Para aceitar este papel, ela se desvencilhou do drama “Melancholia”, do dinamarquês Lars Von Trier, para o qual estava escalada. O filme também está sendo exibido em Cannes – na seleção oficial, elegível à Palma de Ouro – e, provavelmente, acrescentaria pontos à Penélope como atriz, mas não como estrela.
É muito provável, aliás, que ela reprise seu papel em alguma possível continuação. Depp havia atestado anteriormente que só se comprometeria com um quinto filme após dar uma olhada no roteiro. Durante a entrevista, porém, ele parece ter revisto seus critérios. Ele confirmou que “Piratas do Caribe” continuará enquanto houver público pagante para assistir. “Se as pessoas se cansarem, então acho que é o momento certo de parar”, garantiu o astro.
O depoimento não significa que ele perdeu o foco na qualidade, mas que confia o suficientemente na equipe. “Quando você está cercado por forças criativas fortes e incríveis como Jerry [Bruckheimer, o produtor], Rob [Marshall] e todos esses atores excelentes, eu acho que as possibilidades são infinitas”, disse Depp. “Mas, definitivamente, esses filmes são feitos para as pessoas que vão ao cinema e pagam seu dinheiro suado para assistir. Enquanto as pessoas quiserem, eu vou estar lá”, concluiu.
Com os US$ 2,7 bilhões que a franquia somou até agora nas bilheterias mundiais, parece evidente que o espectador comum não está enjoado de “Piratas do Caribe”. Ao menos, a equipe está ciente de suas ambições: os envolvidos na produção não são, necessariamente, cineastas; são, antes de mais nada, vendedores de pipoca.

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